Costumamos associar ecologia e meio ambiente a São Francisco de Assis. No entanto, Santo Antônio também tem algo a nos ensinar sobre o “cuidado com a nossa Casa Comum”, não só através do seu exemplo de vida, mas também através das suas palavras, notadamente nos Sermões, que estão repletos de referências à natureza.
Sua vida é marcada pelo contato com a natureza. A sua permanência na colina dos Olivais às portas da cidade de Coimbra onde abraçou os ideais da vida franciscana. A sua viagem até Marrocos e depois da Sicília até a cidade de Assis: uma peregrinação pelas cidades, aldeias e serras, em contínuo contato com a natureza. E, depois, de Assis até ao eremitério de Montepaolo no centro da Itália, onde ainda hoje existe uma gruta onde ele costumava retirar-se em oração e contemplação. Finalmente, a planície de Camposampiero, com a cabana entre os ramos de uma nogueira, onde rezava e no final do dia pregava aos camponeses que regressavam dos campos.
Os exames dos seus restos mortais, em 1981, pelos professores de Medicina da Universidade de Pádua, revelaram que Santo Antônio foi um caminhante incansável, de alimentação simples e frugal.
Mas o seu conhecimento do mundo natural e as referências ao meio ambiente revelam-se sobretudo nos Sermões, repletos de citações à natureza. 194 espécies animais, vegetais e minerais, num total de 605 referências.
Santo Antônio procurava constantemente elementos da natureza interpretando-os simbolicamente, como espelho de Deus e pegadas que pudessem nos levar ao Criador. Vale a pena aprofundar os estudos sobre a pregação de Santo Antônio para descobrir a sua pegada ecológica, como bom seguidor de São Francisco de Assis que ele foi.
*Adaptado do texto do Frei Fabrizio Bordin, disponível no link
O lado ecológico de Santo Antônio.

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