Dia da Limpeza

Rubem Perlingeiro
Rubem Perlingeiro
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Dia da Limpeza

17 de setembro – Dia Mundial de Limpeza (terceiro sábado de setembro de cada ano)
Fonte da parte histórica: @Ecosurf, postagem no Facebook em 15.09.2020.


Criado no ano de 1986 pela organização Norte-Americana Ocean Conservancy, o “International Coastal Clean Up” ou, em tradução literal, “Limpeza Costeira Internacional”, foi o primeiro movimento organizado no mundo a realizar campanhas de limpeza em cidades costeiras, envolvendo comunidades inteiras, que ajudaram a produzir algumas das primeiras pesquisas e relatórios sobre poluição nas praias e seus ambientes associados.


A ideia de a mobilização acontecer sempre na terceira semana do mês de setembro coincide com o final do verão no hemisfério norte. Ou seja, devido aos meses mais quentes, as áreas públicas como parques e praias recebem um aumento significativo de visitantes e, por consequência, esses locais acabam ficando mais sujos e poluídos, e o sentido da ação nesse período se torna mais efetivo.

Com o trabalho já desenvolvido nos Estados Unidos, surgiu na Austrália, em 1993, o projeto “Clean Up the World”, que traz como mensagem a frase “Limpe o Mundo”. O projeto também se propôs a ser um programa de engajamento social para limpeza da costa australiana e ilhas da Oceania.

Ambas as campanhas tiveram o mesmo foco de atuação; porém, os australianos conectaram um diferencial executivo com a promoção de anos temáticos sobre: clima, biodiversidade, juventude, florestas e comunidades em um calendário global que contou com a parceria do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
No total, as duas campanhas juntas já somaram mais de 50 milhões de voluntários mobilizados, distribuídos em cerca de 150 países nesses últimos 34 anos, se transformando em um amplo movimento global de mobilização e engajamento comunitário de combate à poluição por resíduos sólidos.

No Brasil, as ações de limpeza inspiradas no formato norte-americano e australiano chegaram ao País promovidas por organizações autônomas no final dos anos de 1990 e começo de 2000, que definiram as campanhas pelos nomes “Dia Mundial de Limpeza” e “Dia Mundial de Limpeza em Rios e Praias”. Ambos os títulos são usados até hoje pelos grupos, clubes, instituições da sociedade civil, poder público, coletivos e empresas que também lideram mobilizações em todo território nacional e promovem o Dia Mundial de Limpeza no mês de setembro e que, por aqui, coincide com a chegada da primavera.
Mais tarde, em 2008, na Estônia, nasceu outro movimento de limpeza denominado “World Cleanup Day”, que traduzido para o português tem como nome “Dia Mundial de Limpeza”, o mesmo utilizado historicamente no Brasil. Essas ações, que começaram no Norte da Europa, cumprem objetivos similares as campanhas iniciadas nos anos 80 e 90 ao redor do mundo.

O Dia Mundial de Limpeza, com seus diferentes nomes e identidades visuais de acordo com o país de origem, é um dos movimentos globais de cuidado com o Planeta mais inspirador e efetivo que existe. Ele cria momentos de conexão e reflexão onde pessoas se unem para despoluir os lugares onde vivem, frequentam, praticam atividades físicas, de lazer ou esportivas e muito mais. A ideia é simples, voluntários atuam na limpeza da sua comunidade, transformando o ambiente em um local mais agradável e saudável para se viver.

O Movimento Escoteiro, em todo o mundo, ao longo dos anos, tem se somado a esse esforço, participando e promovendo diversas ações de limpeza em praias, margem de rios e córregos, trilhas, parques, praças etc.


Já recolhemos toneladas de lixo de praias, rios e arredores.  Aí vem a pergunta: esses mutirões de limpeza não seriam um enxugamento de gelo já que o problema persiste?
Bem, penso que não.


Primeiro, porque esse tipo de ação tem o poder de nos transformar em agentes de mudança, abrindo os nossos olhos para a dimensão e a gravidade do problema da poluição.

Segundo, porque nos ajuda a tomar consciência da importância de reduzir o consumo de determinados produtos e de como é fundamental proceder ao descarte correto do que consumimos.

Terceiro, porque, muitas vezes, as ações de limpeza são a porta de entrada para muitas pessoas (e não somente as crianças) se engajarem nas questões relacionadas ao meio ambiente. A partir desses pequenos passos, tomam gosto e começam a se envolver ainda mais na causa ambiental.

Enfim, temos que acreditar que é possível virar esse “jogo sujo”.

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